Quanto tempo vive as minhocas
Há quem diga que a minhoca
não deveria morrer por se considerar um organismo com especializações
infalíveis de sobrevivência nos meios adversos por onde vive. A velhice, no
entanto, se repete ao anelídeo como em todos os seres vivos e a morte também
lhe é certa.
A determinação precisa do
quanto vive uma determinada espécie de minhoca em seu habitat torna-se
praticamente impossível. Há complicações para isolar e cercar a área aberta em
que vive a minhoca observada. Mesmo com a possibilidade de identificá-las por
artifícios de marcação, as minhocas ficam sujeitas aos ataques de predadores,
às adversidades do meio e às injúrias pelas próprias escavações de
acompanhamento.
Para anular estes empecilhos
e determinar com exatidão a faixa de idade máxima que atinge uma minhoca, as
observações feitas em condições laboratoriais conferem o melhor êxito.
Controlando-se o abastecimento de alimento, reproduzindo-se a temperatura e
umidade ideais de vida da espécie e protegendo-se completamente as cobaias
contra o ataque de seus inimigos naturais, a longevidade da minhoca passa a ser
determinável.
Experimentos indicaram
tempos de vida variáveis conforme a espécie de minhoca, mas geralmente sempre
incluídas na faixa de 2 a 16 anos. As espécies Allolobophora longa e
Megascolides australis vivem por dez anos, a Lumbricus terrestris e a Eisenia
fetida alcançam a idade máxima de seis anos, por exemplo.
Quanto
mede o intestino de uma minhoca de 20cm?
O intestino da minhoca é a
parte do sistema digestivo que se inicia após a moela e vai até o ânus,
responsável pela digestão e absorção dos nutrientes. No alargamento do tubo
digestivo, há um par de bolsas fechadas nas extremidades externas que se
dirigem para frente constituindo os secos intestinais que, além de oferecerem
espaço ao alimento durante sua lenta digestão, secretam diversas enzimas, como
a amilase, a que desdobra o amido.
O alimento é movimentado
pelos músculos intestinais e por ação indireta da parede do corpo que o
conduzem ao longo do túnel até chegarem na tiflossole, nome dado às dobras
longitudinais da parede do intestino que aumentam sua superfície e, por
conseguinte, a capacidade absorvente. Nas regiões dorsal e laterais do
intestino, há uma massa amarelada constituídas por células cloragógenas que
desempenham, supostamente, a mesma função do fígado de vertebrados: produzem e
armazenam glicogênio e gordura e sintetizam excretas nitrogenadas. O intestino
da minhoca se dispõe estirado ao longo de cerca de três quartos de seu corpo e,
por exemplo, uma espécime com vinte centímetros de comprimento tem intestino
que mede cerca de quatorze centímetros.
Em
quais anéis se situa o cérebro da minhoca?
Para comandar seu
comportamento, a minhoca se serve de uma fusão de corpos dilatados constituídos
por células nervosas que atuam como um centro de influência nervosa.
São dois destacados gânglios
que se unem a outros da cadeia nervosa, através de dois nervos que envolvem o
esôfago. A conformação desta cadeia nervosa ventral, que percorre da boca à
cavidade anal da minhoca, se caracteriza pela interligação de numerosos
gânglios que faz lembrar uma escada e lhe confere, por isso, a denominação de
sistema nervoso ganglionar escalariforme.
Mesmo sendo mais
rudimentares que o cérebro de animais evoluídos, os gânglios supra-faríngeos,
também chamados de gânglios cerebrais, comandam os estímulos recebidos por
terminações nervosas e, então, determinam reações como a de aversão à luz
(fototropismo negativo), preferência por certos alimentos (paladar), ascensão à
superfície do substrato em decorrência de um encharcamento (geotropismo
negativo), necessidade de sentir o corpo envolto por algo (tigmotaxia positiva)
e outros sentidos importantes no comportamento do anelídeo.
Estes gânglios cerebrais,
tratados também como cérebro, se localizam na extremidade anterior do corpo da
minhoca, logo nos primeiros segmentos.
Que
forma tem o sistema nervoso da minhoca?
Embora rudimentar, as
minhocas se servem de um sistema nervoso para comandar seus estímulos recebidos
por terminações ao longo de todo o seu corpo que ditam a aversão à luz
(fototropismo negativo), a preferência por certos alimentos (paladar), a
ascensão à superfície do substrato em decorrência de um encharcamento
(geotropismo negativo), a necessidade de sentir o corpo envolto por algo
(tigmotaxia positiva) e outros sentidos importantes no comportamento do
anelídeo.
Para comandá-los, existe uma
fusão de corpos dilatados constituídos por células nervosas que atuam como um
centro de influência nervosa.
Dois destacados gânglios
localizados na extremidade anterior do corpo da minhoca, logo nos primeiros
segmentos, denominados de gânglios cerebrais e, às vezes, de cérebro,
simplesmente, se unem a outros da cadeia nervosa, através de dois nervos que
envolvem o esôfago. A conformação desta cadeia nervosa ventral, que percorre da
boca à cavidade anal da minhoca, se caracteriza pela interligação de numerosos
gânglios que faz lembrar uma escada e lhe confere, por isso, a denominação de
sistema nervoso ganglionar escalariforme.
Qual
minhoca tem as cores do arco-íris no dorso?
Azuladas, rosadas,
esverdeadas, listradas, avermelhadas, amarronzadas, multi-coloridas,
iridescentes, reluzentes e até despigmentadas são algumas das estampas que
cobrem a pele do corpo de mais de oito mil espécies de minhocas dispersas por
todo o mundo.
Via de regra, o extrato do
solo em que vive uma minhoca define o tipo de hábito alimentar e,
concomitantemente, a pigmentação: as espécies que habitam as camadas superiores
são mais pigmentadas e têm cores mais vivas do que as que vivem nos extratos
mais profundos da terra. Esse parâmetro, inclusive, já serviu para classificar
grupos de minhocas.
Espécies detritívoras do
gênero Archipheretima, autóctones das Filipinas, são extraordinariamente
coloridas. Uma delas, por exemplo, tem a epiderme salpicada de diversas cores
supostamente para se escamotear na superfíce do solo coberto de folhas caídas
de várias tonalidades. As espécies geófagas são menos pigmentadas, como a
rosa-mansa (Pontoscolex corethrurus), originária do Platô Guianense, por
exemplo, que de tão transparente e sem cor, deixa visualizáveis seus caracteres
internos: um laboratório vivo que, mesmo sem dissecação, expõe seus vasos
sanguíneos e órgãos vitais.
A espécie detritívora, vermelha-da-califórnia
(Eisenia andrei), mundialmente disseminada através da minhocultura, apresenta
coloração vermelho-amarronzado, com brandos clareamentos na região compreendida
entre seus anéis. Sua companheira dos criatórios, a minhoca gigante-africana (Eudrilus
eugeniae), por sua vez, especialmente quando exposta úmida ao sol, apresenta o
dorso da pele avermelhada com tons iridescentes, reproduzindo as cores do
arco-íris.
Qual
é o batimento cardíaco da minhoca?
As minhocas foram os
primeiros animais a se servirem do sistema fechado de circulação de sangue para
percorrer por uma rede intrínseca de vasos, capilares e corações. Basicamente,
o fluxo se direciona de trás para frente por um dos principais tubos disposto
no dorso do corpo da minhoca, o vaso dorsal, até alcançar pares de pequenas
bolsas na parte proximal da minhoca, os corações, onde é pulsado para se
dirigir para trás pelo vaso ventral. Há espécies de minhocas, como a
puladeira-havaiana (Aminthas gracilis) que nos permite visualizar as pulsações
do último par de corações, transparecidas pela pele, na região dorsal
imediatamente após o clitelo. Sob temperatura amena e em condições normais de
movimentação, o número de pulsações da minhoca é de aproximadamente 20 a 25 por
minuto.
Em circunstâncias especiais
como no calor e se molestadas, por exemplo, os batimentos cardíacos das
minhocas podem se ampliar.
Que
cheiro exala a minhoca vermelha-da-califórnia?
A minhoca secreta
permanentemente um líquido através de poros espalhados pelo dorso de seu corpo
que tem papel importante na locomoção, na respiração, no acasalamento, na
postura, na proteção contra enfermidades e na construção de galerias.
Constituído por
muco-proteínas e muitas partículas em suspensão, como cristais de carbonato de
cálcio, amebócitos, linfócitos, protozoários, bactérias e nematóides, o líquido
celômico, como também se chama, é lançado extraordinariamente quando a minhoca
é molestada química ou mecanicamente ou quando se submete às adversidades de
calor e frio rigorosos.O líquido celomático tem consistência, cor e cheiro
variáveis conforme as milhares de espécies de minhoca. O da
vermelha-da-califórnia, por exemplo, é viscoso, amarelado e tem cheiro
acentuado de alho, motivando ao estudioso que a classificou de Eisenia fetida —
em latim, o complemento de seu nome científico significa fedida, malcheirosa —
e fazendo jus ao nome vulgar que ganhou nos países de língua inglesa de garlic
worm (minhoca-alho).
Por
onde a minhoca solta seus ovos?
Depois de um acasalamento
demorado, duas minhocas se desprendem e o clitelo (região diferenciada
localizada na extremidade anterior do corpo) de ambas excreta ao seu redor um
líquido gelatinoso em forma de anel que recebe os óvulos. A minhoca então,
querendo se liberar deste anel, faz com que ele se escorregue em direção da
cabeça, passando pelo poro da espermateca onde recebe os espermatozóides
colocados por sua parceira durante a cópula. Nesse momento, os óvulos se
fertilizam.
Continuando o movimento de
repulsa, o tal anel finalmente sai pela cabeça, suas duas extremidades se
fecham e geram uma cápsula, com formatos e cores variáveis conforme a espécie,
dando origem ao casulo.
Há
quantos anos surgiram as minhocas?
Os anelídeos compõem um dos
grupos animais mais antigos de toda a natureza viva. Os estudiosos divergem em
explicar a origem da classe oligoqueta em que se enquadram as minhocas: há os
que defendem que a procedência é de suas “primas do mar”, os poliquetas, ao
contrário de outros que sustentam a mesma ancestralidade para ambas as classes.
Inúmeros vestígios e restos de poliquetas petrificados e conservados em
depósitos sedimentares com 570 a 650 milhões de anos foram encontrados no sul
da Austrália que correspondem aos fósseis mais antigos de anelídeos.
Que
rainha já usou minhocas como cosmético?
Já no trono aos dezessete
anos, a rainha Cleópatra se destacava pela vaidade excessiva e pela grande
preocupação com o luxo da corte. Dentre tantos costumes exibicionistas, a
sedutora e astuta rainha se adornava com jóias de ouro, diamante, esmeralda,
safira e rubi, presenteadas por parentes e amigos ou especialmente encomendadas
aos artesãos da região. De tão adorada no antigo Egito pela atividade
fertilizadora nas margens do Rio Nilo, a minhoca recebeu da rainha Cleópatra o
título de "animal sagrado" e ordenava a pena de morte a quem tentasse
sair do território egípcio com minhocas para outros territórios.
Mas a adoração pelo anelídeo
tinha um motivo especial: além de cuidar diariamente de sua pele com folhas da
planta aloe vera, Cleópatra também usava minhocas como cosméticos.
Com que a minhoca tritura
seus alimentos?
Dentes são peças duras,
semelhantes a osso, que guarnecem os maxilares e mandíbula de animais
vertebrados para morder e triturar os alimentos. Com a mesma função, a rádula é
uma fita membranosa móvel, provida de numerosos dentes quitinosos, encontrada
no soalho da boca da maioria dos moluscos. Em minhocas, o alimento é apreendido
pelo prostômio, provado pela cavidade bucal e recolhido pela boca. Na faringe,
ele é succionado por ação das faixas musculares e umedecido por células
glandulares.
Três pares de glândulas
calcíferas neutralizam o pH do alimento assim que passa pelo esôfago. Depois de
armazenado no papo, o alimento é triturado na moela, uma acentuada dilatação do
tubo digestivo da minhoca em forma de sino voltada para trás, que o transforma
numa massa semi-líquida, antes de desembocar no intestino, para se submeter à
digestão, sob forte ação enzimática, e absorção.
A
fabricação do hambúrguer leva minhoca?
A fabricação do hambúrguer
utilizando-se de minhocas é um antigo boato surgido em um programa de
entrevistas de um canal de televisão nos Estados Unidos, no início da década de
setenta. Um entrevistado, orientado para aumentar a audiência do talk-show,
afirmou que a rede mundial de fast-food Mc Donald´s incluía o anelídeo na
composição da carne. Na época, a repercussão da balela fez reduzir tanto as
vendas de sanduíches que levou a empresa a dispensar um terço de seus
funcionários.
Em contrapartida, a
companhia mundial de lanches rápidos, com posse de um laudo técnico concedido
pelo Ministério da Agricultura Americano (USDA) afirmando que a notícia
circulante era “completamente infundada e sem importância”, promoveu uma
conferência reunindo a imprensa para esclarecer o episódio. O Newsweek de 27 de
novembro de 1978 e o Financial Times de 1 de outubro de 1982, dentre outros
importantes jornais do país, confirmaram o que o departamento de agricultura
atestara: “o hambúrguer dos sanduíches da Mc Donald´s é puramente fabricado com
carne bovina e que as análises feitas não detectaram minhoca como componente
adicional. O que manifestou um dos proprietários da Mc Donald´s desde 1955, Ray
Kroc, ao jornal The Times, tem mais valia que o laudo redigido pelo governo: -
"eu não poderia me dar ao luxo de usar minhocas nos hambúrgueres da
empresa como substituto da carne bovina, simplesmente por se tratar de uma
troca mais cara".
Ainda que a mudança da carne
bovina pela de minhocas fosse economicamente viável, a empresa teria um grande
obstáculo a transpor. Infelizmente, a repugnância atribuída às minhocas é
tamanha que se torna meticulosa e arriscada a intenção de lançá-las como
alimento humano até mesmo se fosse respaldada pela extraordinária vantagem
nutricional. Noutras palavras, é que quando se fala de minhocas, os narizes se
retorcem e se torna inútil qualquer esforço em persuadir de que elas sejam
singularmente nutritivas.
Em
qual sentido caminham as minhocas?
Os deslocamentos rotineiros
da minhoca em busca de alimento, umidade, conforto térmico e para atender suas
taxias são todos realizados através da reptação peristáltica. Trata-se de um
mecanismo de resposta voluntária de seu sistema nervoso que orienta contração e
relaxamento da musculatura de seus anéis. O líquido celomático, por ser
incompressível, funciona como esqueleto hidrostático que, por ação dos músculos,
se desloca em forma de ondas dentro da cavidade do corpo da minhoca, alterando
seu formato original.
Nas regiões dilatadas, a
minhoca lança suas cerdas que se apóiam no substrato e a propulsam para frente.
Este fluido desempenha papel importante nos movimentos da minhoca, por ser o
componente da distensão de seu corpo e por revestir sua cutícula, diminuindo o
atrito em solos mais ressecados. Para moldar suas galerias, a minhoca dilata
seu corpo pelo mesmo mecanismo de locomoção e, com a eliminação do líquido
celomático, mantém as paredes revestidas e firmes. Mesmo havendo outras formas
de movimentação diferentes da reptação peristáltica, como certas espécies do
gênero Naididae que vivem na água e progridem por movimentos serpenteantes e
outras do gênero Branchiobdella e Chaetogaster que, como as lagartas e larvas,
caminham por movimentos de mede-palmo, as minhocas se locomovem para ambos os
lados.
As
minhocas dormem?
A concepção de que uma
criatura só dorme quando permanece imóvel e de olhos fechados não se aplica às
minhocas por não possuírem os órgãos da visão. Entretando, se consideramos que
o sono possa ser expresso simplesmente pela estagnação prolongada em que entra
um animal, a abrangência do significado se estende. As minhocas geralmente
entram em inatividade temporária sob condições defavoráveis de sobrevivência,
especiamente quando submetidas à temperatura e umidade adversas.
Algumas do gênero
Allolobophora, por exemplo, entram em estivação nas fases do ano mais quentes
quando se enterram em profundidades normalmente não acessadas e lá se mantêm em
estado de torpor e enoveladas entre si até que as condições ideais de vida se
restabeleçam. O minhocuçu, Rhinodrilus allatus, sob baixos índices
pluviométricos típicos do inverno no Vale do Paraopeba, em Minas Gerais, também
se aprofunda e forma uma pequena câmara onde permanece encasulado até as
primeiras chuvas. A mutilação é outro fator que provoca a letargia nas
minhocas: a atividade retorna depois que a extremidade cortada se cicatriza, coincidindo
com o início da regeneração.
Minhocas
tem olhos?
A minhoca se serve de
numerosas células sensoriais espalhadas pela epiderme de seu corpo com o papel
de perceber a luz. Localizadas principalmente nos segmentos das extremidades,
principalmente no prostômio, a projeção que antepõe à boca, e quase ausentes na
região mediana da minhoca, as células fotorreceptoras percebem com distinção as
diversas intensidades de luz, determinando quase sempre o afastamento do animal
da fonte luminosa.
É verdade, o mecanismo de
detecção de luz com sua respectiva resposta neurológica pode se comparar à
reação visual: cada célula fotorreceptora contém uma organela clara, como se
fosse a lente, que focaliza a luz de qualquer direção em uma rede de pequenas e
alongadas células, as neurofibrilas, estas como se fossem a retina. Este
mecanismo de detecção de luz realizado por tais células fotorreceptoras da
minhoca não se estende à função especificamente visual desempenhada pelos olhos
de seres vivos mais evoluídos.
Entretanto, algumas
minúsculas espécies aquáticas da família Naididae possuem dois conjuntos de
cinco a seis células fotorreceptoras organizadas de forma especial e
incorporadas numa cavidade que se constituem consideravelmente em um par de
olhos. Por se tratar de uma minoria, considera-se que as minhocas não têm olhos
Até
que frio resiste uma minhoca?
Sem os mecanismos
aperfeiçoados de termorregulação dos seres mais evoluídos, as minhocas ficam
suscetíveis aos limites extremos de temperatura, muito devido por se proverem
de um envoltório rudimentar e serem formadas essencialmente por água, um
componente de exímia propriedade na condução de calor.
No inverno, para contornar
essa precariedade fisiológica, os indivíduos molestados descem para grandes
profundidades para se distanciarem do frio atmosférico, como a espécie
Octolasium mariupoliensis, que já foi encontrada a oito metros da superfície
gélida do solo russo. Às vezes, as minhocas permanecem refugiadas sob detritos
vegetais ou pedras que também as isolam da adversidade térmica. Se ainda se
sentirem importunadas pelo frio, há espécies que entram em estado de torpor,
decrescem a atividade metabólica e se enovelam para diminuir a superfície de
contato exposta à baixa temperatura: é a hibernação.
Os limites mínimos de
temperatura tolerável pelas minhocas variam conforme as espécies: via de regra,
as minhocas autóctones de regiões de clima temperado sobrevivem às temperaturas
mais baixas, o que não se repete com as originárias de climas tropicais.
Pesquisadores já
determinaram a faixa de frio a que várias espécies de minhoca resistem.
Experimentos laboratoriais em Israel conduzidos por Bodenheimer, por exemplo,
demostraram que a espécie Bimastos samerigera sobrevive até a temperatura de
-1,3º C. Um outro experimento com a minhoca Dendrobaena octaedra revelou, até o
momento, o limite mais inferior de temperatura a que sobrevive uma minhoca.
Populações dessa espécie coletadas em três regiões com intensidades diferentes
de inverno (Finlândia, Groenlândia e Dinamarca) foram submetidas a um
resfriamento lento até temperaturas negativas de dois, quatro e seis graus
centígrados. Os resultados da investigação mostraram que as minhocas
groenlandesas e finlandesas suportaram a temperatura mais baixa de seis graus
negativos.
Minhocas são comestívei
Muito rica em proteína,
vitaminas e sais minerais, a minhoca já vem sendo consumida pelo homem há
milhares de anos, na forma de farinha, como ingredientes de sopas, em receitas
de doces e assados. Os chineses da província de Fujian, por exemplo, famosos
pela culinária exótica, já comem minhocas há séculos, misturadas com pedaços de
carne para, segundo eles, aguçarem o sabor dos pratos. Os restaurantes de
outras províncias chinesas, como Guangdong, Taiwan e Heinan, há muitos anos
também incluem sopas de minhocas em seus cardápios.
A tribo indígena Makiritare
locada nas margens do Rio Cononama,na Venezuela, também tem o hábito milenar de
se alimentar com o anelídeo. Minhocas azuladas de meio metro de comprimento são
capturadas pelas índias em terrenos barrentos e degoladas com as bocas para
lhes removerem o conteúdo dos corpos. Depois de limpas, as minhocas são então
imersas num pote de barro cheio com água quente durante alguns minutos,
deixando-as esbranquiçadas. Por fim, os índios temperam as minhocas com Aji, um
condimento usado comumente por esse povo indígena, e consumidas com pedaços de
pão de mandioca.
Em 1975, no estado da
Califórnia, EUA, uma empresa formada por diversos minhocultores promoveu uma
exibição e competição de gastronomia usando a minhoca como ingrediente
principal. O evento tinha a finalidade de divulgar o valor nutritivo da minhoca
e alertar os participantes sobre o potencial de transformá-la em alimento
humano rotineiro.
No início da década de
noventa, alguns países do sul e ocidente da Europa começaram a produzir uma
série sortida de produtos à base da bichoca: minhocas enlatadas, cogumelos com
minhocas, pães e biscoitos que levam o anelídeo na receita.
Como
se chama o primo marinho da minhoca?
Embora os três grupos de
animais tenham representantes que vivem no mar e se caracterizam pelo corpo
vermiforme, somente os poliquetas, a exemplo das minhocas e dos sanguessugas,
são anelídeos: apresentam igualmente simetria bilateral, corpo segmentado, cada
anel ou segmento com um par de nefrídios, tubo digestivo tubular completo,
celoma bem diferenciado e sistema vascular fechado.
Os poliquetas, representados
por mais de cinco mil espécies predominantemente marinhas, apresentam
segmentação externa e internamente, mas se diferem das minhocas por
apresentarem tentáculos na região cefálica, terem sexos separados, possuírem
estágio larval de natação livre e muito mais cerdas (gr. poli, muitas + chaete,
cerdas), estas implantadas em parapódios laterais existentes em cada segmento.
Com tanto parentesco, há, inclusive, uma classe de estudiosos que defendem que
as minhocas têm ancestralidade nos seus “primos” marinhos, os poliquetas.
Qual
é a minhoca mais encontrada nos solos brasileiros?
As diversas espécies de
minhocuçu encontradas no Brasil são endêmicas, pouco se dispersam das regiões
originárias e vêm se escasseando em decorrência das práticas agrícolas e da
captura indiscriminada que abastece o comércio de iscas para pesca. Por sua
vez, a minhoca puladeira-havaiana (Amynthas gracilis), originária da Índia e
Arquipélago Malaio, se disseminou com adaptabilidade por todo o mundo tropical
e sub-tropical trazida na terra de mudas vegetais e atualmente habita em grande
quantidade as áreas brasileiras cultiváveis compreendidas pelas lavouras,
hortas, pomares e jardins.
Mas a minhoca rosa-mansa
(Pontoscolex corethrurus), espécie também invasora, oriunda do Platô
Guianensis, incontestavelmente é a que ocorre em maior número e em quase toda a
extensão do território brasileiro, principalmente nas regiões ocupadas pelo
homem há mais tempo.
Quantos
casulos a minhoca vermelha-da-califórnia produz por mês?
Vermelha-da-califórnia é o
nome pelo qual é tratada no Brasil e em alguns outros países a espécie Eisenia
andrei, alóctone da região ocidental da Europa, e pioneiramente criada no
estado da Califórnia, nos Estados Unidos, fazendo jus ao sobrenome proposto
pelos próprios americanos. Historicamente, esta é a minhoca mais adotada em
todo o mundo em projetos de minhocultura e vermicompostagem e usada em
pesquisas de ecotoxicologia, fisiologia e genética.
Por tamanha utilização, esta
minhoca já foi copiosamente estudada nas últimas décadas por pesquisadores de
todo o mundo, em investigações que quase sempre se referiram ao seu potencial
reprodutivo: nos resultados de inúmeros experimentos, que variaram o tipo de
substrato e as condições laboratoriais, a postura média por exemplar da espécie
nunca excedeu a 24 casulos por mês.
Quantos
corações possui a minhoca?
Pasmem aqueles que imaginam
minhocas como sendo nada mais do que somente tubinhos molengas cheios de terra:
além de cérebro, moela, intestino e ovário, elas possuem corações.
E há muito tempo! O sangue
das minhocas foi o primeiro de todas as criaturas a percorrer por um sistema
fechado de circulação, através de uma rede intrínseca de vasos e capilares
bombeado por corações. O fluxo sanguíneo se direciona de trás para frente pelo
tubo mais espesso disposto nas costas da minhoca, o vaso dorsal, até alcançar
pequenas bolsas na parte proximal do corpo da minhoca. Lá, o sangue é
impulsionado para dentro de outro vaso calibroso situado no seu ventre, o vaso
ventral, por onde percorre até a extremidade caudal.
Estas pequenas bolsas de
formato arqueado, denominadas de arcos aórticos, desempenham o mesmo importante
papel de bombeamento do sangue nos animais mais evoluídos que as minhocas, lhes
possibilitando serem reconhecidas como corações.
Sempre aos pares e
localizados próximos da “cabeça” da minhoca, embora varie conforme a espécie,
os corações são na grande maioria em número de dez.
Qual
a maior altitude em que já se encontrou uma minhoca?
Embora somente menos da
metade da classe das minhocas esteja conhecida e classificada, estima-se que
existam oito a dez mil espécies diferentes dispersas por todo o planeta, sob as
condições mais variáveis possíveis: há minhocas que habitam regiões de inverno
rigoroso, sobrevivendo ao frio de 6º Celsius negativos, as que ocorrem em solos
muito profundos, como a 8 metros da superfície, e as que vivem em altitudes
muito elevadas.
Nas grandes elevações
topográficas, o anelídeo sobrevive eficazmente em meio às adversidades típicas
de baixa disponibilidade de oxigênio e temperaturas diminutas.
Na região nordeste do
Hymalaia, por exemplo, quinze espécies de minhocas ocorrentes são nativas. Nas
áreas montanhosas do território de Kashmir, ao norte da Índia e sul da China, o
anelídeo vive a 3800 metros acima do nível do mar.
Mesmo não ocorrendo minhocas
nos solos montanhosos e pobres do Tajiquistão com cordilheiras de até 7.495
metros acima do nível do mar, a experiência de introduzir espécies com a
finalidade de beneficiar solos cultivados de grandes altitudes do país da Ásia
Central foi bem-sucedida.
Na região andina e amazônica
da Colômbia, o segundo país em megadiversidade biológica, um trabalho de
levantamento da oligofauna realizado na região andina e amazônica da Colômbia
acusou a ocorrência de minhocas vivendo a 4500 metros de altitude, como as
espécies nativas Maipure ecuadoriensis, Maipure agrícola e Andiodrilus shuetti,
por exemplo.
Quantas espécies de minhocas
já classificadas ocorrem no Brasil?
O conhecimento da fauna de
minhocas ainda é muito escasso e fica sob dependência de um grupo diminuto de
taxonomistas entusiastas, financeiramente pouco incentivados a se dedicarem à
descrição de espécies do anelídeo. À carência de estudos taxonômicos com
minhocas, também se atribuem a falta de predileção pela fauna edáfica e a
dificuldade de acessá-la. Tanto isto é verdade que se presume que a quantidade
de minhocas já registradas em todo o mundo corresponda somente à metade das
espécies que ainda faltam ser classificadas.
Opondo-se a todos estes
empecilhos, o memorável biólogo e taxônomo de minhocas, Gilberto Righ,
ex-docente do departamento de zoologia do Instituto de Biociências da
Universidade de São Paulo, reservou sua inigualável carreira acedêmica como
drilólogo, descrevendo mais de 220 espécies, a maioria autóctones do Brasil, da
família Glossoscolecidae. Embora ainda haja extensas áreas do território
brasileiro pouco ou jamais amostradas, como o norte do Mato Grosso, o sul do
Pará e os estados do Piauí e o Rio Grande do Norte, o Brasil é o país com a
maior diversidade de oligoquetos em toda a América Latina: seguido por Equador
e Colômbia com 139 e do México com 135, o Brasil tem 305 espécies de minhocas
já registradas.
Quanto tempo dura o sexo das
minhocas?
Embora haja relatos da
auto-procriação, uma minhoca sendo hermafrodita e possuindo ambos os sexos,
precisa obrigatoriamente se acasalar com outro indivíduo para se multiplicar.
Depois de madura sexualmente, quando passa a apresentar marcas pubertais,
especialmente o clitelo, a minhoca se torna apta a se reproduzir. Sem a
comprovação de possuírem atrativos sexuais, somente o contato entre duas
minhocas lhes assegura a possibilidade de copularem.
Para se acasalarem, duas
minhocas sexualmente predispostas se justapõem ventre a ventre, em sentido inverso,
de tal forma que a cabeça de uma se volta na direção oposta à da outra. Esse
posicionamento garante o alinhamento dos poros genitais masculinos (de onde vai
ser ejetado o sêmen) de uma com as espermatecas (onde vai ser estocado o sêmen)
da outra e vice-versa. As minhocas emparelhadas da espécie
vermelha-da-califórnia (Eisenia andrei), por exemplo, secretam um muco viscoso
que reveste e adere a região de junção, assemelhando-se a uma única espécime
fundida, tamanha é a adesão.
O tempo requerido para os
indivíduos se alinharem desta forma, unirem os poros e trocarem sêmen não
ocorre em poucos segundos e nem chega a gastar dias, mas se equivale a uma hora
e pouco mais.
Por
onde a minhoca solta seus ovos?
Depois de um acasalamento
demorado, duas minhocas se desprendem e o clitelo (região diferenciada
localizada na extremidade anterior do corpo) de ambas excreta ao seu redor um
líquido gelatinoso em forma de anel que recebe os óvulos. A minhoca então,
querendo se liberar deste anel, faz com que ele se escorregue em direção da
cabeça, passando pelo poro da espermateca onde recebe os espermatozóides
colocados por sua parceira durante a cópula. Nesse momento, os óvulos se
fertilizam.
Continuando o movimento de
repulsa, o tal anel finalmente sai pela cabeça, suas duas extremidades se
fecham e geram uma cápsula, com formatos e cores variáveis conforme a espécie,
dando origem ao casulo.
Quantas espécies de minhocas
existem no mundo?
Os anelídeos compõem um dos
primeiros grupos a aparecerem na Terra, provavelmente surgindo há mais de
seiscentos milhões de anos. Considerando o extenso período que tiveram para se
desenvolverem e as adaptações necessárias para sobreviverem em ambientes quase
sempre hostis, opacos, com baixa disponibilidade de alimento, e geralmente de
qualidade pobre, o número estimado de espécies de minhocas na Terra é muito
elevado.
As minhocas estão dispersas
por todo o planeta, sob as condições mais diversas possíveis: há espécies
vivendo em altitudes de 3800 metros, minhocas que sobrevivem ao frio de 6º
Celsius negativos e até as que ocorrem em profundidade de oito metros.
No Brasil, das 800 espécies
que se presume existir, apenas 295 delas já são conhecidas, das quais 253 são
espécies nativas e o restante compõe um grupo de minhocas exóticas.
Apesar de somente a metade
das minhocas já ter sido classificada, estima-se que 8 mil espécies existam em
todo o mundo.
Por
onde a minhoca expele sua urina?
O metabolismo das minhocas,
como em todos os animais, gera resíduos nitrogenados que devem ser expelidos
para não lhe trazerem toxicidade. A excreção no anelídeo se processa com alguma
simplicidade. As células cloragógenas — estruturas arredondadas e amareladas
que revestem todo o exterior da parede fina do intestino da minhoca com papel
similar ao do fígado de animais mais evoluídos — removem os resíduos
circulantes no sangue, concentra e os converte em amônia, uréia e creatinina.
Daí, essas excretas são dirigidas
novamente para o sangue ou para o interior do celoma, de onde são eliminados
pelos nefrídios, que são os órgãos excretores localizados tipicamente aos pares
em quase todos os segmentos do corpo da minhoca. Comparados com os rins dos
vertebrados, os nefrídios são formados por um tipo de funil ciliado, os
nefróstomos, que retiram a excreta do celoma e removem-na até os nefridióporos,
os poros que desembocam na superfície da pele da minhoca. Há espécie de
minhocas, como a puladeira-havaiana (Amynthas gracilis) que direciona suas
excretas também para o tubo digestivo para depois se desembocar com as fezes
pelo ânus. Via de regra, as minhocas se livram da urina pela pele.
Com que a minhoca tritura
seus alimentos?
Dentes são peças duras,
semelhantes a osso, que guarnecem os maxilares e mandíbula de animais
vertebrados para morder e triturar os alimentos. Com a mesma função, a rádula é
uma fita membranosa móvel, provida de numerosos dentes quitinosos, encontrada
no soalho da boca da maioria dos moluscos. Em minhocas, o alimento é apreendido
pelo prostômio, provado pela cavidade bucal e recolhido pela boca. Na faringe,
ele é succionado por ação das faixas musculares e umedecido por células
glandulares.
Três pares de glândulas
calcíferas neutralizam o pH do alimento assim que passa pelo esôfago. Depois de
armazenado no papo, o alimento é triturado na moela, uma acentuada dilatação do
tubo digestivo da minhoca em forma de sino voltada para trás, que o transforma
numa massa semi-líquida, antes de desembocar no intestino, para se submeter à
digestão, sob forte ação enzimática, e absorção.
Minhoca tem fígado?
A exemplo dos animais mais
evoluídos, como o ser humano, por exemplo, as minhocas também possuem a
necessidade de metabolizar e armazenar os nutrientes dos alimentos ingeridos
para se tornarem absorvidos e bem aproveitados pelo corpo delas.
A transformação e
armazenamento de proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais, a emulsificação
das gorduras e a filtragem do sangue são processos fisiológicos cumpridos pelo
fígado que são também imprescindíveis à sobrevivência das minhocas.
Estas funções, que são
exemplarmente exercidas pelo fígado do homem, nas minhocas, embora sem a mesma
sofisticação, são desempenhadas pelas células cloragógenas que são estruturas arredondadas
e amareladas que revestem todo o exterior da parede fina do intestino, podendo
auxiliar na distribuição de gorduras ou na eliminação de resíduos do sangue
para mais tarde tornaram-se livres no celoma.
Ainda que o papel das
células cloragógenas apresente extrema similaridade, seria incorreto se admitir
que as minhocas possuam fígado.
Quem foi o primeiro a
escrever sobre a função das minhocas?
De tão relevante, o papel
das minhocas voltado para o desenvolvimento vegetal é devidamente notado e descrito
há séculos.
Já próximo dos anos de 340
antes de Cristo, Aristóteles, que prestou contribuições expressivas à zoologia,
— o filósofo grego é considerado o verdadeiro fundador da biologia, pai da
teoria da abiogênese e quem estabeleceu a primeira divisão do reino animal — em
reconhecimento aos benefícios da atividade das minhocas, as intitulou como
sendo os “intestinos da terra”.
O naturalista britânico
Charles Darwin, renomado internacionalmente por ter estudado tópicos
controversos da ciência e autor da famosa teoria da evolução por meio da
seleção natural, um ano antes de sua morte, publicou em 1881 uma obra em que
aludia o papel do anelídeo: “A formação da camada vegetal através da ação das
minhocas”.
Entretanto, o primeiro
cientista que realmente registrou a atuação das minhocas através de uma
publicação literária foi Gilbert White. Em 1789, o naturalista inglês, que
primou pelo pioneirismo em observar e descrever a fauna e flora de sua região
com habilidade de difundir com persuasão suas teorias sobre a natureza, editou
o livro “A história natural de Selborn”, em que reconheceu o papel importante
das minhocas no desenvolvimento vegetal.
Com
quantos quilos de minhocas se faz um de farinha?
Algumas das etapas da
fabricação da farinha de minhocas reduzem drasticamente o peso da
matéria-prima. As etapas de expurgo e abatimento removem a excreta, o líquido
celomático e o conteúdo intestinal, implicando em quebra do peso original das
minhocas vivas. A de desidratação, por sua vez, é mais rigorosa já que a água
ocupa teor elevado na composição corpórea da minhoca: de oitenta a noventa por
cento do peso do anelídeo corresponde ao do líquido.
Os métodos de desidratação
usados no processo, como o de liofilização, por exemplo, reduzem o teor de água
para a taxa máxima de oito por cento e, conseqüentemente, diminuem o peso
inicial das minhocas selecionadas para a fabricação da farinha de minhocas.
Para se obter um único quilo da farinha de minhocas, se requerem, em média,
nove quilos de minhocas vivas.
Quantas minhocas são geradas
a partir de uma cortada ao meio?
Minhocas têm propriedade
expressiva de regenerar partes eventualmente seccionadas de seu corpo que lhes
faz reaver a maior parte da quantidade original de segmentos perdidos. No
entanto, a eficiência e a rapidez de recuperação estão muito relacionadas com a
posição do corte e a porção anterior do corpo preservada, porque são nos
segmentos proximais que se concentram partes importantes do sistema nervoso
responsável por ordenar o processo regenerativo.
Depois de mutilada, uma
minhoca entra em estado de letargia por um tempo variável com a espécie, a
idade, a temperatura, disponibilidade de oxigênio e as condições ideais de
sobrevivência, quando se mantém em repouso e com baixa atividade metabólica.
Forma-se uma ferida no segmento cortado da extremidade anterior, que se fecha
com poucos dias, e o canal digestivo, também dividido, pode ficar aparente ou
ocluso durante o processo regenerativo, que vem em seguida. O anel cortado da
extremidade caudal permanece aberto durante a provável regeneração com uma
ulceração ao seu redor. Nessas circunstâncias, presume-se que a minhoca
decresça a atividade habitual, dirigindo o esforço fisiológico para a
recuperação da parte perdida.
O fenômeno, que se explica
por mecanismos elétricos, jamais produz número superior à quantidade original
de segmentos. Os anéis regenerados se distinguem dos demais ilesos, por se
apresentarem menos pigmentados e com cor mais clara.
Via de regra, quanto mais
próximo da cauda for o corte, maiores serão as possibilidades de a parte que
contém a cabeça se regenerar. Se cortada ao meio, a parte posterior ainda se
mantém viva por alguns dias após a divisão, até que morre e se desintegra por
não ter formas de se nutrir. Salvas as exceções, somente a metade que contém a
cabeça se regenera.
Muito interresante agora vou ranga-las em paz hehehehe
ResponderExcluirque maldade Gabriel zambotti
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